"Devido à publicação de reportagem publicada nos jornais Diário de Santa Maria e Zero
Hora no dia 10 de maio, cujo teor questionou a eticidade do projeto de doutorado e
denunciou supostos maus tratos ao animais do experimento, venho tecer algumas
considerações com a finalidade de esclarecer os objetivos e a condução desta pesquisa
além de apresentar pontos importantes que afastam as acusações, fundadas em denúncias
anônimas, contidas na matéria citada.
Estudos demonstram que a cavidade oral, objeto do experimento, é o quarto local mais
acometido por neoplasias em cães, representando 6% de todos os tumores nesta espécie.
O tratamento de escolha é a cirurgia, sendo necessária a remoção de todo o tumor, com
boa margem de segurança. Entretanto, algumas complicações estão associadas a estes
procedimentos. Após a cirurgia são esperados edema da pele e da mucosa, infecção,
uma vez que a cavidade oral é bastante contaminada, os pontos abrirem, protrusão
da língua, o animal ficar babando constantemente, má oclusão e degeneração da articulação
da mandíbula, úlceras.
A breve recuperação das funções orais é de extrema importância para uma melhor
apreensão, mastigação e deglutição dos alimentos. Além disso, a falha produzida na
mandibulectomia para remoção dos tumores orais promove uma lacuna óssea de difícil
cicatrização. Outro aspecto importante é que muitos proprietários não aceitam a realização
da cirurgia devido à alteração na conformação facial que a mandibulectomia ocasiona.
As reconstruções mandibulares, pouco descritas em cães, são amplamente utilizadas na
medicina humana para corrigir defeitos estéticos e funcionais dos pacientes. Para tal reconstrução
, placas de titânio são usadas por serem biocompatíveis e terem comportamento mecânico o mais
próximo possível do osso, sem a necessidade de remoção da placa, com intuito de retorno da
função fisiológica mais rápida e uma aparência estética melhor. Os principais objetivos da
reconstrução mandibular em seres humanos são a manutenção estável da ventilação; a
restauração da mastigação, da deglutição e da função vocal; a possibilidade de aplicação de
implantes dentários e o retorno do contorno mandibular normal e a manutenção da estética
facial. Muitas pessoas que sofrem de câncer na cavidade oral, devido a estes defeitos funcionais
e cosméticos, acabam vivendo reclusos aos olhos da sociedade.
Sobre a aplicação desta técnica cirúrgica em cães no projeto de doutorado é que ocorreram
denúncias de maus-tratos aos animais. Refuto o acontecimento destes fatos e afirmo que esta
pesquisa sempre respeitou as normas da experimentação animal, tendo tido a aprovação do
comitê de ética da UFSM, com controle severo da dor nestes pacientes, e sempre com os meus
cuidados e/ou da minha equipe de pós-graduandos e estagiários.
O experimento se baseia em uma primeira fase com peças anatômicas para o desenvolvimento
de próteses e testes para se verificar a sua aplicabilidade, no qual a técnica se mostrou viável.
Porém estava prevista fase em animais experimentais, pois uma coisa é fazer os estudos em
peças e outra em animais vivos. Como se trata de um método novo e inovador na Medicina
Veterinária
se desconhecem as taxas de possíveis complicações deste procedimento, por isso a importância
da
fase experimental. Em humanos, as complicações mais observadas na técnica de reconstrução
mandibular se devem a falhas nas placas e nos parafusos e a falhas no sistema de cobertura
dos tecidos, acarretando um quadro de infecção e até perda do enxerto, além das complicações
da remoção de parte da mandíbula como citado acima.
Assim, muitas possibilidades de complicações poderiam ocorrer como em qualquer procedimento
cirúrgico, e a utilização destas próteses seria justamente para se tentar eliminar ou minimizar
as complicações da simples remoção do tumor sem a sua posterior reconstrução. E, depois de
se obterem os resultados da viabilidade de sua utilização in vivo, viria a terceira fase, que seria
a sua utilização em animais com câncer. A passagem da primeira fase, em peças, para a terceira
fase,
em pacientes com câncer, poderia acarretar consequências imprevisíveis para estes animais,
visto que
é um procedimento novo, que, como já dito, não se sabe exatamente a sua viabilidade ou não
em animais
vivos.
Verificou-se que alguns animais apresentaram complicações e, tendo em vista que algumas
delas
deixariam sequelas, optou-se pela eutanásia deles, como melhor opção para o animal, mais
ética,
frente ao sofrimento que eles teriam permanecendo vivos. Os demais animais serão
encaminhados
para a doação, pois se encontram bem, podendo, apenas alguns, ter que tirar a placa
que se
apresentar pequena exposição, mas sem contaminação do local.
Apesar do que acima foi dito, a mencionada reportagem expôs afirmativas falsas sobre
o projeto,
afirmando ter havido remoção de parte ou de TODA a mandíbula, quando na verdade,
é somente
de uma parte da mandíbula. Também não houve maus-tratos dos animais. Muito
diferentemente
do que diz a reportagem, os animais não estão jogados, abandonados e magros, pelo
contrario, eles
estão com peso bem acima de quando se iniciou o projeto.
Se por um lado a preocupação da reportagem ser de extrema importância, abordando o
tema do
bem-estar dos animais, pro outro foi baseada tão somente em denúncias anônimas, de
acusações "de
que ouviram falar disso e daquilo," sem, no entanto, terem o conhecimento do experiment
o
e das suas condições.
Com base nestes testemunhos anônimos (que a reportagem se nega a divulgar), a minha
imagem
e o meu nome, este sim divulgado, viraram símbolos de maus-tratos dos animais, especialmente
de pessoas
que não concordam com experimentos em animais, que é um assunto polêmico. Reforço
aqui que a
utilização de cães como cobaias deveu-se justamente por se tentar eliminar ou diminuir
as complicações do
tratamento do câncer em cães. Dado o exposto, gostaria de reiterar minhas considerações,
ratificando minha
conduta ética. Fico à disposição dos órgãos responsáveis para eventuais esclarecimentos."
Hora no dia 10 de maio, cujo teor questionou a eticidade do projeto de doutorado e
denunciou supostos maus tratos ao animais do experimento, venho tecer algumas
considerações com a finalidade de esclarecer os objetivos e a condução desta pesquisa
além de apresentar pontos importantes que afastam as acusações, fundadas em denúncias
anônimas, contidas na matéria citada.
acometido por neoplasias em cães, representando 6% de todos os tumores nesta espécie.
O tratamento de escolha é a cirurgia, sendo necessária a remoção de todo o tumor, com
boa margem de segurança. Entretanto, algumas complicações estão associadas a estes
procedimentos. Após a cirurgia são esperados edema da pele e da mucosa, infecção,
uma vez que a cavidade oral é bastante contaminada, os pontos abrirem, protrusão
da língua, o animal ficar babando constantemente, má oclusão e degeneração da articulação
da mandíbula, úlceras.
apreensão, mastigação e deglutição dos alimentos. Além disso, a falha produzida na
mandibulectomia para remoção dos tumores orais promove uma lacuna óssea de difícil
cicatrização. Outro aspecto importante é que muitos proprietários não aceitam a realização
da cirurgia devido à alteração na conformação facial que a mandibulectomia ocasiona.
medicina humana para corrigir defeitos estéticos e funcionais dos pacientes. Para tal reconstrução
, placas de titânio são usadas por serem biocompatíveis e terem comportamento mecânico o mais
próximo possível do osso, sem a necessidade de remoção da placa, com intuito de retorno da
função fisiológica mais rápida e uma aparência estética melhor. Os principais objetivos da
reconstrução mandibular em seres humanos são a manutenção estável da ventilação; a
restauração da mastigação, da deglutição e da função vocal; a possibilidade de aplicação de
implantes dentários e o retorno do contorno mandibular normal e a manutenção da estética
facial. Muitas pessoas que sofrem de câncer na cavidade oral, devido a estes defeitos funcionais
e cosméticos, acabam vivendo reclusos aos olhos da sociedade.
denúncias de maus-tratos aos animais. Refuto o acontecimento destes fatos e afirmo que esta
pesquisa sempre respeitou as normas da experimentação animal, tendo tido a aprovação do
comitê de ética da UFSM, com controle severo da dor nestes pacientes, e sempre com os meus
cuidados e/ou da minha equipe de pós-graduandos e estagiários.
de próteses e testes para se verificar a sua aplicabilidade, no qual a técnica se mostrou viável.
Porém estava prevista fase em animais experimentais, pois uma coisa é fazer os estudos em
peças e outra em animais vivos. Como se trata de um método novo e inovador na Medicina
Veterinária
se desconhecem as taxas de possíveis complicações deste procedimento, por isso a importância
da
fase experimental. Em humanos, as complicações mais observadas na técnica de reconstrução
mandibular se devem a falhas nas placas e nos parafusos e a falhas no sistema de cobertura
dos tecidos, acarretando um quadro de infecção e até perda do enxerto, além das complicações
da remoção de parte da mandíbula como citado acima.
cirúrgico, e a utilização destas próteses seria justamente para se tentar eliminar ou minimizar
as complicações da simples remoção do tumor sem a sua posterior reconstrução. E, depois de
se obterem os resultados da viabilidade de sua utilização in vivo, viria a terceira fase, que seria
a sua utilização em animais com câncer. A passagem da primeira fase, em peças, para a terceira
fase,
em pacientes com câncer, poderia acarretar consequências imprevisíveis para estes animais,
visto que
é um procedimento novo, que, como já dito, não se sabe exatamente a sua viabilidade ou não
em animais
vivos.
delas
deixariam sequelas, optou-se pela eutanásia deles, como melhor opção para o animal, mais
ética,
frente ao sofrimento que eles teriam permanecendo vivos. Os demais animais serão
encaminhados
para a doação, pois se encontram bem, podendo, apenas alguns, ter que tirar a placa
que se
apresentar pequena exposição, mas sem contaminação do local.
o projeto,
afirmando ter havido remoção de parte ou de TODA a mandíbula, quando na verdade,
é somente
de uma parte da mandíbula. Também não houve maus-tratos dos animais. Muito
diferentemente
do que diz a reportagem, os animais não estão jogados, abandonados e magros, pelo
contrario, eles
estão com peso bem acima de quando se iniciou o projeto.
tema do
bem-estar dos animais, pro outro foi baseada tão somente em denúncias anônimas, de
acusações "de
que ouviram falar disso e daquilo," sem, no entanto, terem o conhecimento do experiment
o
e das suas condições.
imagem
e o meu nome, este sim divulgado, viraram símbolos de maus-tratos dos animais, especialmente
de pessoas
que não concordam com experimentos em animais, que é um assunto polêmico. Reforço
aqui que a
utilização de cães como cobaias deveu-se justamente por se tentar eliminar ou diminuir
as complicações do
tratamento do câncer em cães. Dado o exposto, gostaria de reiterar minhas considerações,
ratificando minha
conduta ética. Fico à disposição dos órgãos responsáveis para eventuais esclarecimentos."
O Diário publicou que havia cães no local, mas uma semana depois uma veterinária responsável pelo local me ligou que havia pego a cadela da reportagem (foto) mas não podia ficar com ela, pois ja havia mais 6 cachorros de experimentos na sua casa e queria que eu a adotasse. Poisé, nem isso a universidade se responsabilizou, pelos cuidados da cachorra, nem a universidade, nem o doutorando, não passou da boca pra fora do reitor.
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